José
Nêumane, que não tem papas na língua,
mostra que marxismo é como um Saturno
que come os próprios filhos. A revolução
começa por despertar a consciência histórica e termina por um ressentimento
contra tudo o que é verdadeiramente popular, no qual, é claro, não se incluem as leis, seja de que
tipo for. Do contrário, a revolução seria simplesmente uma negociata com o
poder, quando, de fato, é a crítica como meio para devolver ao mundo a política
desinteressada. Se os políticos fossem só políticos, a revolução seria somente
a tradição. No entanto, não é isso o que vem acontecendo.
As vaias que
Dilma recebeu no Itaquerão não foram somente da elite branca. A causa da
hostilização da presidente foi a corrupção de que o governo é o protagonista
impenitente. Mas nunca antes nesse país, houve um partido que fosse tão popular
como o PT: ele consegue cativar os sentimentais fazendo-se de vítima solitária da
mídia e da oposição. Ademais, a instauração do caos, que tem nos quadros dele os
defensores de maior bom senso, não carece de apoio institucional mesmo fora do
partido.
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