terça-feira, 24 de junho de 2014

Revolução II

José Nêumane, que não tem papas na língua, mostra que  marxismo é como um Saturno que come os próprios filhos. A revolução começa por despertar a consciência histórica e termina por um ressentimento contra tudo o que é verdadeiramente popular, no qual,  é claro, não se incluem as leis, seja de que tipo for. Do contrário, a revolução seria simplesmente uma negociata com o poder, quando, de fato, é a crítica como meio para devolver ao mundo a política desinteressada. Se os políticos fossem só políticos, a revolução seria somente a tradição. No entanto, não é isso o que vem acontecendo.

As vaias que Dilma recebeu no Itaquerão não foram somente da elite branca. A causa da hostilização da presidente foi a corrupção de que o governo é o protagonista impenitente. Mas nunca antes nesse país, houve um partido que fosse tão popular como o PT: ele consegue cativar os sentimentais fazendo-se de vítima solitária da mídia e da oposição. Ademais, a instauração do caos, que tem nos quadros dele os defensores de maior bom senso, não carece de apoio institucional mesmo fora do partido.

Na última quinta, sobre a cabeça dos manifestantes por melhores salários dos metroviários, tremulava o estandarte da USP. Revoltados também se reuniram às 15h de quinta-feira, dia de Corpus Christi, na Praça do Ciclista para comemorar um ano da redução do preço do metrô.  Marcelo Hotimsky, um dos manifestantes, afirmou que não procuravam confusão. No entanto, depois de bloquearem o cruzamento da Oscar Freire com a Rebouças, eles foram até a Marginal Pinheiros depredando, no caminho, duas agências bancárias, e jogando as bandeiras do Brasil e de São Paulo no chão.

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